segunda-feira, 23 de março de 2009

Slumdog Millionaire

"Slumdog Millionaire" é um filme genial. Não me ocorre mesmo outra palavra para o descrever. Desde a realização, á fotografia, ao trabalho dos actores, à banda sonora, tudo é excelente.
A história e o conceito do filme são brilhantes: um jovem oriundo de um bairro de lata indiano, participa no célebre concurso "Quem quer ser milionário" e tem á sua frente a oportunidade da sua vida: tornar-se milionário.
O filme leva-nos numa viagem intensa e emocionante pela história de vida deste jovem, que a cada nova pergunta do concurso, nos conta um episódio conturbado da sua existência, e dá-nos uma visão da realidade cruel e insana sobre a sociedade indiana e a pobreza extrema que se vive nos bairros de lata.
Percebo agora porque foi premiado com tantos òscares. É um filme perfeito.


Moonspell@Hard Rock Café Lisboa

Foi no passado dia 18 que os fãs de Moonspell tiveram oportunidade, pela 1ª vez, de assistir a um concerto da banda, naquele espaço, em formato eléctrico.

Inclúido na iniciativa "March On Stage", em parceria com a SIC Esperança, o concerto teve como principal objectivo angariar fundos para apoiar diversas causas solidárias.
Escusado será dizer, que os rapazes não deixaram os créditos por mãos alheias, e o que encontrámos nessa noite, foi um Hard Rock Café completamente esgotado, vibrante e com todos os fãs ansiosos por um espectáculo em Lisboa, depois de uma longa tournée nos E.U.A. e já com as malas feitas para mais uma tournée europeia, a partir de Abril.

Apesar de ter tido uma duração curta (cerca de 1 hora), foi um concerto excelente (como já é habitual), com um repertório escolhido á medida da ocasião, com tesouros que já não ouvíamos ao vivo há alguns anos como "The Butterfly FX", ou mesmo uma música que a banda nunca tocou ao vivo em Portugal: "Disappear Here". Não faltaram os êxitos "Nocturna", "Everything Invaded", "Abysmo", "Southern Deathstyle" ou "Scorpion Flower", e os incontornáveis clássicos "Opium" e "Alma Mater".

Mais uma bela noite na companhia dos Moonspell. Muito bom!

segunda-feira, 16 de março de 2009

BLACK VOX: Histórias Negras em Teatro de Terror


"BLACK VOX: Histórias Negras em Teatro de Terror" é uma peça de teatro da "Companhia de Teatro do Elétrico", escrita e protagonizada por Ana Lázaro, Patrícia Andrade e Ricardo Neves-Neves, que nos transporta para o mundo obscuro dos medos, horrores, traumas e cicatrizes, através da apresentação de 4 curtas histórias assombrosas, aparentemente sem ligação entre si, mas sempre com um fio condutor: o horror.

“Lote 513, 3. º Esquerdo” é o drama de uma mulher perdida, que faz da própria casa um labirinto e deixa de reconhecer a realidade. “Manual” traz-nos uma menina, queimada com água a ferver, que queria ser bailarina. Um ilusionista, que fala da sua partner, protagoniza “O Trágico Truque de Rodolphe Stephani ou o Misterioso Soluço da Lâmpada Azul”, e “Pin Up Bang Bang” é a história de uma mulher sensual que faz os homens perder – literalmente – a cabeça".

O cenário é composto, sobretudo, pelo desenho de luz ou pela projecção de vídeos, que reflectem o interior perturbado das personagens e o ambiente criado para assistir á peça (na Casa Conveniente) não podia ser mais propício: pouca (ou mesmo nenhuma) luz, cadeiras partidas com o estofo rasgado, reflexos de espelhos...
Fiquei completamente fascinada com a beleza e profundidade dos textos, assim como com as interpretações dos actores (Parabéns a todos, em especial à Patrícia Andrade)...absolutamente genial!

Um espectáculo assustador mas, sem dúvida, imperdível!

"BLACK VOX: Histórias Negras em Teatro de Terror"

Textos e encenação . Ana Lázaro, Patrícia Andrade, Ricardo Neves-Neves com . Ana Lázaro, Patrícia Andrade, Ricardo Neves-Neves, Sílvia Figueiredo, Vítor Oliveira; vídeo . Dora Carvalhas curta de animação . Solange Santos e Mário Sousa [polegarfilmes] a partir do texto de Ana Lázaro
Casa Conveniente 6 a 15 de Março todos os dias às 21:30; Teatro da Trindade 29 de Abril a 17 de Maio 4ªa a Sáb às 22h . Dom às 17h

Bilhetes . 7,5€ . normal 5€ . para jovens até 30 anos, maiores de 65 anos, profissionais do espectáculo, grupos de mais de 10 pessoas, coveiros, talhantes e médicos legistas
info e contactos: 964096484 913938899 www.teatrodoelectrico.com



* Imagem e informações retiradas da Internet

terça-feira, 10 de março de 2009

Money Maker$@Festival de Música Moderna de Corroios 2009

“Organizado pela Junta de Freguesia de Corroios desde 1996, sem qualquer interrupção, o Festival de Música Moderna de Corroios, na sua origem designado por Festival Novos Caminhos, busca promover e valorizar os novos talentos da música portuguesa, abrindo portas para a sua afirmação.
Deste Festival sairam já nomes hoje reconhecidos como os «Luazzuri»/1996 (com David Rossi - actualmente no projecto Zedisaneonlight - Zona Música), «Sirius»/1996 (UHF – alguns elementos fazem parte da formação que acompanha António Manuel Ribeiro), «Yellow W Van»/2000 (assinaram contrato com a editora Universal em 2001), «Factos Reais»/2001 (com os trabalhos "Será Justo" editado em 2003 e recentemente “Plano B” editado pela Matarroa), «Ashfield»/2002 (segundo lugar no Termómetro Unplugged 2003), «Plasma»/2003 (vencedores em 2004 do concurso “Alarga a Tua Vida” da Alcatel, na categoria Pop-Rock), «The Poppers»/2004 (“Boys Keep Swinging”- Rastilho Records-2006), «UMEED» e «Sugar» 2005, «New Connection»/2006 (“Guts” - Mouraria Records - 2006) entre muitos outros como: «Easyway», «Orgasmo», «Triplet», «You Should Go Ahead», «Dapunksportif» ou «Guys From The Caravan.

A 2ª sessão do Festival inaugurou a exposição de homenagem à histórica sala Rock Rendez Vous. Podem ser vistos 10 painéis que fazem uma viagem por alguns dos aspectos mais significativos do RRV".

Em palco na 2 ºeliminatória e em competição estiveram os "Puny" (Viseu) e os "Money Maker$" (Lisboa).
Os primeiros são uma banda formada por Ricardo Ramos (guitarras, voz, baixo e percussão), Rodrigo Paulino (voz e baixo) e Sandro Martins (bateria). Praticam um som low-fi indie, experimental e alternativa. Pessoalmente não é o meu estilo de música nem de banda. Achei-os um pouco egocêntricos, não comunicaram minimamente com o público (que apesar de ser pouco merecia alguma atenção), e não comunicaram entre si. Pareceu-me que cada um tocou para si próprio e, na minha modesta opinião, não é assim que uma banda deve ser.

Os "Money Maker$" são uma banda lisboeta formados por Vitor Machado (voz e guitarra), Pedro Gama (Guitarra e voz), Gonçalo Santos (baixo) e Robert (Deniro) (bateria). "A sua música como eles próprios a definem "percorre sonoridades na área do rock, punk e reggae".

Eu sou um pouco suspeita para falar desta banda, porque os acompanho há já algum tempo e posso afirmar que sou uma fã. São um colectivo completo, bastante coeso, tanto ao nível musical como estético (os fatos que vestiam nessa noite eram muito á frente!) e proporcionam belos e intensos momentos de diversão e muito Rock. Uma banda "a sério", com imenso talento para a comunicação (ou não tivesse como vocalista um comunicador e "Entertainer" nato como é o Vítor Machado) e com um enorme potencial artístico e criativo.
Claramente um projecto a não perder de vista!
Chamo a atenção para a exposição de homenagem ao grande "Rock Rendez Vous", onde podemos fazer uma viagem ao nosso passado musical revisitando grandes nomes e grandes músicas da nossa história recente. Excelente!
Aqui fica o vídeo da performance e entrevista dos Money Maker§:




As eliminatórias do Festival vão decorrer até ao dia 21 de Março e a final será no dia 28 com os três projectos vencedores. Por isso apareçam, divulguem, votem nos vossos preferidos e apoiem as novas bandas nacionais, que são mesmo do melhor!

Para mais informações sobre o Festival:
http://www.festivaldecorroios.net/

Para mais informações sobre os Money Maker$:
www.moneymakersmusic.com


sexta-feira, 6 de março de 2009

Slow Motion Days

Enquanto espero pelo elevador no Piso 1, dou comigo a pensar que este é o 11º dia consecutivo em que repito estes gestos: chamar o elevador, entrar, carregar no botão com o número 5, esperar, sair à esquerda pelo corredor, entrar na enfermaria 10. O quarto tem 3 camas, na do meio, a nº 5, está a minha Avó.

Assim que saio do elevador, ainda antes de começar a percorrer o corredor, sinto aquele cheiro característico, inconfundível, um cheiro adocicado, que não consigo decifrar do que é. Se for perto da hora do jantar, esse cheiro mistura-se com o da comida, estão a distribuir as sopas. É enjoativo. Dentro do quarto o calor é insuportável, sufocante.

O Hospital Amadora Sintra passou a ser a minha segunda casa. Aos fins de semana, passo lá toda a tarde. O grande átrio da entrada é a sala de estar da nossa família. Encontramo-nos lá todos, filhos e filhas, tios e tias, primos e primas e outros parentes e amigos, alguns dos quais eu já nem me lembrava. Os dias passam como que em câmara lenta, tão lentamente que assusta.

Ao 11º dia, estamos todos mais animados. No final do primeiro dia de internamento da minha Avó, ninguém acreditou que ela iria resistir até ao dia seguinte. Estava irreconhecível, pálida e mais magra do que nunca, imóvel e silenciosa por entre os tubos do soro.

A minha Avó fará 96 anos de idade para a semana, mas apesar da seu já longo período nesta vida e do seu estado de saúde cada vez mais débil, ninguém se preparou para o seu desaparecimento. A ideia de que aqueles podiam ser os seus últimos dias, devastou-nos brutalmente a todos.
Mas ela resistiu. Contra todas as possibilidades reais. Amanhã, no 12º dia, voltará para casa, para o seu pequeno mundo e eu voltarei a respirar de alívio e a poder sorrir um pouco.

A minha Avó ensinou-me uma lição preciosa, uma em cada dia da minha existência. Esta foi mais uma: para sobreviver é preciso ter força para resistir, mesmo quando tudo está contra nós e já ninguém acredita num milagre.


Amadora, 28 de Fevereiro de 2009


* Foto retirada da Internet