sábado, 2 de junho de 2012

O poder hipnótico dos PAUS



Contra um fundo negro e dois ou três focos de luz, apresentam-se os PAUS, num palco despido de acessórios e onde apenas os corpos e os instrumentos importam. Quatro músicos, um baixo, um teclado e duas baterias, que em harmonia perfeita nos encantam e surpreendem. O conceito deste projecto é absolutamente inovador (pelo menos eu não me lembro de ver nada parecido em Portugal) e mistura, de forma muito inteligente os ambientes do Rock e da Pop com as sonoridades da música tradicional portuguesa e com um cheirinho de folclore. O poder das duas baterias é absoluto e no momento em que os PAUS começam a tocar, no momento em que "atacam" os instrumentos, ficamos como que hipnotizados e presos á tempestade musical que provocam.

Para todos aqueles que acham que já não há originalidade e criativade nos artistas portugueses, eu recomendo que vejam e ouçam esta banda com atenção: eles são a prova irrefutável da enorme qualidade musical que é possível alcançar neste país.

Três palavras para descrever a música dos PAUS: apaixonante, visceral, hipnótica.
Poder musical absoluto para uma banda simplesmente genial. Avé PAUS!!!!

Os PAUS são:

MAKOTO YAGYU - Baixo
HÉLIO MORAIS  - Bateria
JOÃO "SHELA" - Teclado
QUIM ALBERGARIA
  - Bateria

sábado, 26 de maio de 2012

"Salomé" de Óscar Wilde

..."Que palácio é o de Herodes

onde a Lua se transfigura e se ouvem judeus, nazarenos, núbios e capadócios que recebe no leito de incesto, Herodias, mãe de Salomé, princesa da Judeia?
Se Salomé dançar naquela noite, poderá pedir as riquezas que quiser.
E Iokanaan, o profeta que gritou nos desertos e se alimentava de gafanhotos, preso numa cisterna, decapitado no seio da lascívia e do festim.
E palavras, muitas, terríveis e belas"...




"Salomé" de Óscar Wilde, está em cena na sala inspiradora e mágica dos "Primeiros Sintomas", na Ribeira. A história bíblica de Salomé, a princesa da Judeia, que pede a cabeça de S. João Baptista, filha de Herodias a incestuosa, vista sob os olhos de génio de Óscar Wilde, surge-nos neste palco de forma esplendorosa, magnifica, emocionante e arrebatadora. A encenação de Bruno Bravo é extraordinária e os desempenhos de Sandra Faleiro como Herodias, António Mortágua como Herodes, Carolina Salles como Salomé e o grande Ricardo Neves Neves como Iokanaan são geniais e deixam-nos absolutamente deslumbrados.

A não perder!!! Em cena até ao dia 2 de Junho!


IE. reservas@primeiros-sintomas.com | T. 91 534 19 74

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Custom Circus - Cabaret Alucinante


..."Há muito tempo atrás havia um cabaret chamado Custom Café; um asilo de loucos durante o dia e um casino mal-afamado durante a noite... Este local foi um paraíso para alguns e um inferno para outros! Pois havia um pacto: ninguém se podia apaixonar! Jamais.
Esta é apenas uma parte da verdadeira história de Trálálá, um eterno jogador enlouquecido por um amor perdido.

Dirigido militarmente pelo Dr.Apolkalipse e sua enfermeira Fraulein Helga, o 'Custom Café' acolhe os seguintes casos clínicos ‘visitáveis’:

· Daniella Vamp: Duquesa Mafiosa e ‘Femme Fatalle’ com tendências suicidas
· Michel Gigolo: Tarado melancólico com um cadastro de Paris a Bangkok
· Veronique & Lili Blanche: as ‘Miseráveis’ do Moulin Rouge
· Mr. Balão, Don Bacalhau e El Psycozélico: os músicos prisioneiros do Blue
· Von Syco: o guru das válvulas hertzianas (DJ)

A Companhia Custom Circus transformou um paiol dos anos 40 num autêntico cenário de filme, construindo um espaço teatral que transcende o palco convencional e que incorpora uma galeria onde expõem os seus veículos originais e 20 anos de recordações de existência boémia entre centenas de actuações, aventuras e desventuras a braços com a vida na estrada ou na comunidade artística"..

O espectáculo "Custom Café" é uma encenação bastante ousada e super bem montada, que mistura Música, com a apresentação ao vivo de um excelente conjunto de músicos, Teatro e Dança num ambiente burlesco e pejado de referências vintage. Banheiras voadoras, caixões e vampiros, mulheres semi-nuas em gaiolas, rodas de fogo, entre muitas outras alucinações compõem um show bastante completo e cativante, que prima pela originalidade.

Sem dúvida, uma experiência inigualável!!!

 
Custom Café
PREÇONormal. 5€
Espectáculo com jantar. 20€

 Nirvana Studios - Estrada Militar - 2720-226
INFORMAÇÕES E RESERVAS
tel. 938 236 620

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Como é bela e mágica a doce tragédia de Shakespeare

E tudo começa pelo espaço. O Teatro Taborda tem uma localização privilegiada, em pleno coração de Lisboa e alberga em si, não só os palcos dos espetáculos, mas também um acolhedor Café/Restaurante, repleto de símbolos teatrais, adereços “vintage” e boa comida. E uma das mais magnificas  vistas sobre a cidade.

Depois o palco. A sala principal é relativamente pequena, mas é imponente, grandiosa, mágica. Como sonhamos que todos os palcos devem ser. Uma porta aberta para a imaginação. Desta vez, o mote para mais uma visita, foi “Hamlet”, mais uma encenação de Carlos J. Pessoa para o Teatro da Garagem, baseada nos célebres escritos de William Shakespeare. A peça conta a história conturbada de um jovem príncipe dinamarquês, assombrado pela visão do fantasma do pai, que lhe revela que foi traído e assassinado, pelo seu próprio irmão. A sede de vingança torna o príncipe obcecado por fazer justiça e leva-o a cometer uma série de loucuras, que culminam, obviamente, em tragédia, como aliás, é apanágio de Shakespeare.
Mais uma vez, o trabalho de encenação e produção e a visão cénica de Carlos J. Pessoa conseguem surpreender. A utilização de tecnologias audiovisuais nas suas produções, como a projeção de imagens, aliam-se a um palco praticamente despido de cenário (exceto uma estrutura de madeira que se adapta a vários momentos) e a um conjunto de (brilhantes) atores vestidos de negro, para nos dar uma visão muito mais profunda da história e dos vários estados de alma das personagens. A linguagem requintada e poética de Shakespeare, cruza-se de maneira perfeita com alguns laivos de contemporaneidade, assim como a tragédia e a comédia andam sempre lado a lado durante todo o espetáculo.

Altamente recomendado para amantes de Tragédias, de Teatro e de Shakespeare.

 TEATRO TABORDACosta do Castelo, 75 1100-178 Lisboa
E-mail geral@teatrodagaragem.com
Tel. (+351) 21 885 41 90
Tlm. (+351) 96 801 52 51

"Hamlet"
ESTREIA | 10 DE MAIO
10 a 27 de Maio | 4ª a Dom | 21h30


Encenação e Conceção Plástica Carlos J. Pessoa
Texto William Shakespeare
Dramaturgia Maria João Vicente
Interpretação Ana Palma, André Almas, Emanuel Arada, Joana Liberal, José Neto, Maria João Vicente, Miguel Mendes, Nuno Nolasco, Nuno Pinheiro,
Cenografia e Figurinos Sérgio Loureiro
Música Daniel Cervantes
Vídeo e Fotografia Teresa Azevedo Gomes
Direcção de Produção Maria João Vicente
Produção João Belo
Apoio Técnico e direção de cena Catarina Mendes
Assistência de Produção Teresa Azevedo Gomes e Catarina Mendes

segunda-feira, 21 de março de 2011

Projecto Seattle - The Grunge days are back!!!


Foi ontem, no Clube Knock Out, que aconteceu a estreia mundial do Projecto Seattle, uma banda de covers especialmente dedicada a todos os fãs do Grunge –e são, certamente muitos.
A banda, liderada por João Pedro Guerreiro (Hi-Five, Instead, Become Not), leva-nos numa viagem alucinante através dos anos 90, onde brilham as estrelas maiores do Grunge, como Nirvana, Pearl Jam, Soudgarden, Alice in Chains, The Screaming Trees, Bush, Stone Temple Pilots, entre muitos outros.

Num momento, a voz absolutamente brilhante do João Pedro grita de raiva as palavras de “Dead and Bloated” dos Stone Temple Pilots ou a angústia de “Man in the Box” dos Alice in Chains para no minuto seguinte nos envolver na sedução de “Miss you love” dos Silverchair ou de “Wake up” dos Mad Season.

Uma escolha musical perfeita, numa banda com um desempenho irrepreensível, muito feeling e com imenso potencial!

A não perder!

Os Seattle são:
João Pedro Guerreiro – Voz
Alexandre Morais – Baixo
Tiago Franco – Guitarra e voz
João Freitas – Bateria

Alguns temas do alinhamento:
- “Dead and Bloated” – Stone Temple Pilots
- Animal” – Pearl Jam
- “Heartshaped box” –Nirvana
- “Black Hole sun” - Soundgarden
- “The rooster” – Alice in Chains
- “Miss U love” – Silverchair
- “Nearly Lost U” – The Screaming Trees
- “Shine” – Collective Soul
- “Jeremy” – Pearl Jam
- “Interstate Love song” –Stone Temple Pilots
- “Swallowed” – Bush
- “Come as U are” – Nirvana
- “Wake up” – Mad Season
- “Plush” - Stone Temple Pilots
- “Man in the box” – Alice in Chains
- “Smells like teen spirits” - Nirvana


Mais Info em:


quarta-feira, 9 de março de 2011

Camaradas, a Luta continua, pá!!!!

Abismo-me com a polémica gerada pelo Festival RTP da Canção deste ano. Estamos a falar de um programa, que nos últimos 15 anos foi completamente maltratado, desvalorizado e desacreditado pelo público e ao qual ninguém dava importância. De repente, uma massa de portugueses indignados, revolta-se contra os artistas escolhidos para representar Portugal, receosos com a nossa dignidade europeia (como se ela já não estivesse na lama há muito tempo). Não percebo.

Estamos a falar de um programa, que viveu os seus tempos de glória entre os anos 60 e 80, com interpretes tão marcantes como António Calvário, Simone de Oliveira, Fernando Tordo, José Cid ou Adelaide Ferreira e temas imortais como “A desfolhada”, “A Tourada”, “Um grande, grande amor” ou “Bem Bom”. Nesta época, o Festival da Canção era rei ao nível da programação da RTP, o país parava para acompanhar tudo o que se passava e havia um sério e real empenho em criar músicas de qualidade, que fossem o reflexo do nosso país. Talvez por isso, todos os grandes compositores e músicos quisessem mesmo participar no certame. Isso significava prestígio.
Nessas décadas, Portugal trouxe para casa boas classificações, nomeadamente alguns 7º lugares (Carlos Mendes e José Cid), marca que só viria a ser superada em 1996, pela Lúcia Moniz com “O meu coração não tem cor”, que alcançou um inédito 6º lugar.

A partir daí foi sempre a piorar. O programa caiu em descrédito, o público desinteressou-se e, pelos vistos, também os bons compositores decidiram não gastar as suas energias numa competição que já não cativava ninguém. Os resultados na Eurovisão são há muitos anos desastrosos, mesmo quando não merecemos – é o caso da música “Senhora do Mar” de 2008, que na minha opinião foi uma das melhores de sempre e que não conseguiu mais do que um 18ª lugar - e, a bem da verdade, já ninguém tem ilusões que Portugal alguma vez irá conseguir estar entre os primeiros dez classificados. Sair vencedor… só por milagre.

É certo que os Homens da luta não são consensuais. São agitadores. Criam polémica. É certo que a música não é brilhante e que os interpretes não são grandes cantores. Mas o que está aqui em causa é o significado desta escolha. Foi uma escolha em massa do público, clara e inequívoca. Portugal quis que estes fossem os seus representantes na Eurovisão, porque existe uma vontade de dizer alguma coisa, de marcar uma diferença, de sair do registo “certinho” de sempre (balada xaroposa ou fado canção). E é óbvio que há aqui uma mensagem política, uma vontade popular de exprimir descontentamento com um momento tão difícil de crise económica e social. Não há melhor forma de o fazer senão através do humor e não há melhor palco do que o da Eurovisão. E não percebo porque é que de repente, para tantas pessoas, isso é uma vergonha nacional, uma espécie de sacrilégio musical.

Também não percebo, porque é que se convencionou que na Eurovisão, não se pode arriscar fazer coisas diferentes e só se dá crédito a músicas consideradas muito sérias, com intérpretes clássicos. Relembro que em 2006, muitas pessoas ficaram chocadas com o aspecto dos Lordi e com seu Heavy Metal – actuação tão fora dos registos “normais” – e no fim, foram os vencedores, contra todas as expectativas.

A verdade é esta: pela primeira vez em muitos anos, a polémica criada voltou a dar destaque ao Festival RTP da Canção e á importância de uma representação fora de portas. E é também certo, que os Homens da Luta não vão passar despercebidos na Eurovisão. Não espero que tragam uma classificação fantástica (como já é habitual nos últimos anos) mas pelo menos a possibilidade de ser uma representação muito mais divertida que o habitual é enorme.
É comédia. Mas a comédia é uma coisa muito séria.

CAMARADAS, A LUTA CONTINUA, PÁ!!!!



segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Brokenhearted Girl

Tudo poderia ser perfeito não fosse este meu coração partido, pequenos pedaços disformes espalhados por todo o lado. É como quando partimos um prato de porcelana, e mesmo depois de um grande esforço para limpar os destroços, há sempre pequenos restos de loiça estilhaçada em cantos recônditos.

Eu poderia ser feliz, não fosse a morte absurda de um amigo me ter roubado a alegria e me ter transformado para sempre num ser cinzento e sem esperança.

Eu poderia estar bem, não fossem as tuas palavras facas aguçadas, que me rasgam o peito e me ferem mortalmente. Tudo poderia ser diferente se tu me compreendesses, e me quisesses, e me amasses ou então se eu te odiasse ou nem sequer te tivesse conhecido. Tudo seria mais fácil.

A minha vida poderia ser perfeita não tivesse eu de fingir que tudo está bem, não tivesse eu de esconder as lágrimas que choro todas as noites, não fosse esta gaveta cheia de histórias que ninguém quer ler, não fosse este armário atulhado de memórias, de medos e de fracassos.

Tudo poderia ser perfeito, não fossem os teus olhos verdes em chamas, não fossem os teus beijos nascentes. Tudo seria perfeito não fosse este meu coração partido.