Ainda sou do tempo em que o Festival Eurovisão da Canção era um verdadeiro acontecimento televisivo e social. Naquela noite, o país parava e não havia ninguém que não estivesse sentado á frente da televisão enquanto durasse o espectáculo. Até ao último minuto.
Eu sempre fui uma dessas assíduas espectadoras do festival, que ouve tudo com total atenção e passa o tempo todo a comentar e a dar palpites sobre quem será o vencedor.
Mas nos últimos anos as prestações de Portugal têm deixado tanto a desejar que o entusiasmo com o Festival da canção tem vindo a diminuir significativamente. O que é perfeitamente compreensível.
Eu honestamente não percebo como é possível, que num país com tantos compositores geniais e intérpretes de qualidade internacional, se chegue ao festival da canção e se apresentem tão más contribuições.
Penso que Portugal já não era representado numa final desde 2003, porque nem sequer conseguia passar da primeira eliminatória. Por isso fiquei contente com a passagem da Vânia Fernandes à final do concurso. A última música portuguesa participante num festival que me entusiasmou foi "O meu coração não tem côr" da Lúcia Moniz e, que por sinal foi a mais bem classificada de sempre (6º lugar).
Mas gosto particularmente desta "Senhora do Mar (negras àguas)". É um tema muito forte, com raízes na música tradicional portuguesa, com muito de fado e de saudade. A voz da Vânia é extraordinariamente poderosa e dá á música um brilho especial. A interpretação na semi-final de ontem foi excelente, tanto ao nível musical como ao nível estético e acho que representou muito bem as cores da bandeira portuguesa.
Agora é esperar pelo resultado da final no dia 24. Podemos não ficar muito bem classificados, mas pelo menos, parece-me que desta vez a escolha da música e da intérprete foi acertada.
* Imagem retirada da Internet
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